sexta-feira, 27 de junho de 2014

Boy’s Love – histórias de amor sem preconceito – review.

Olá, amigos, colegas e leitores! Aqui estou para fazer um review do projeto da Draco. Lembram-se dele?



Foi feita uma seleção de histórias BL, organizada por Tanko-chan no ano passado para a publicação de um livro pela Draco Editora. Foi lançado este ano primeiramente em e-book e devido ao sucesso de vendas, foi feito o impresso, que eu comprei este mês. ^^ Eu participei, mas não fui selecionada. Porém, existe sempre aquela curiosidade de ler os vencedores! Hehehe E claro, dar apoio a Tanko-chan que sempre apoiou o Futago Estúdio. Mas eu comprei para apoiar o projeto e claro, ler histórias BL. No entanto, o tema era fantasia e nesse projeto senti que a fantasia foi bem mais privilegiada do que o Bl em si. Vou explicar falando de cada história.
 Analisando o título: Boy’s Love – histórias de amor sem preconceito.
 Lendo o título, algum desavisado pode achar que o tema é esse mesmo, amor sem preconceito entre homens, mas não é. É pura fantasia e aventuras. É óbvio que o subtítulo remete indiscutivelmente ao conteúdo com histórias homossexuais, já que , infelizmente, palavras como preconceito, violência, drogas e tudo que é palavreado ruim vem grudada na palavra homossexualismo. Nessa obra, um ou outro personagem sofre bullying, mas não é o cerne das histórias. O amor, a meu ver, foi deixado em segundo plano na maioria das histórias. Então o título ficou até meio que deslocado do conteúdo. Tem amor, mas não pareceu o foco. No geral, ninguém fez mais que algumas linhas para descrever o amor e a parte sexual. Em uma das histórias, não tem nem beijo. A questão “seme” e “uke” foi deixada de lado, você leitor que decide isso. Enquanto no Japão, encontramos light novels com títulos como “ O masturbador” e “Meu furinho está doendo e a culpa é sua”, aqui, pra baixo do Equador, onde não existe pecado, o livro da Draco é bem recatado e até inocente. Rsrs Não é uma crítica, é uma observação, já que existem BLs softs e isso não é crime. Os escritores são todos letrados e adultos.
O Público alvo: 
O projeto parece ter sido feito para um público que desconhece totalmente o BL. Logo na introdução, Tanko explica o que é BL, yaoi e a carência dele no Brasil. Apesar de eu achar que esse livro dificilmente será comprado por pessoas que desconhecem o gênero, ele foi feito para “não fujoshis”. Na minha opinião, esse livro poderia ter sido feito exclusivamente para as fujoshis, sem medo de ser feliz. Afinal, todo dia nasce uma fujoshi que pega um material sem explicação do que é e gosta. O Blyme já tem um público ótimo para ler este livro. Pra mim, foi o mesmo que Lancaster fez tentando explicar o que é mangá, o que era Jump pra depois falar o que era Ação Magazine no seu super-blogue visitado por otakus, pessoas que já conhecem a Jump e leem porque já conhece o assunto. Quase que o homem explica o que é Japão e onde ele fica. Tenho a impressão que o brasileiro tenta sempre justificar suas escolhas artísticas, um tanto na defensiva. É estranho porque nenhum autor explica o que é ficção científica na introdução de um livro. Nem o que é poema. É só com mangá que acontece. Acho que seria melhor, a introdução se limitar ao processo de escolha das obras, temas e o objetivo do projeto. Não tratar o negócio como algo pequeno e excluído da sociedade, pois temos que erguer a cabeça e o povo que pesquise!

 A capa e qualidade! Sobre a logo tem escrito “boisu rabu” em katakana, que remete a algo do Japão. O desenho da Tanko, que é profissional, e ela gosta de dizer isso, apesar da gente ver que ela é indiscutivelmente profissional. ^^’ A capa está muito linda e todos concordam! Mas não sei de qual conto os personagens da capa são. Não identifiquei ainda. Vou ler mais uma vez pra sacar... Talvez o personagem Primo com orelhas pontudas da Tanko mostrasse mais o conteúdo, que não é só Boyolice. A qualidade gráfica e diagramação estão impecáveis! Nesse quesito, a Draco está de parabéns! Adorei, acho que vale o preço. Está chique mesmo! Como todo conto BL, ou light novel, dentro, encontramos algumas ilustrações. Lucro! Porque a princípio, não teria. As ilustrações são muito bonitas e feitas pela Tanko. Entretanto, não há nenhuma ilustração de cenas sensuais e beijos, que são típicos dos BL que eu e a Shirubana lemos. Lógico que as Fujoshis adoram a parte sexual. A Tanko cita Gravitation, na introdução, como exemplo, mas uma das reclamações do público de Gravitation Red e Blue foi justamente à falta de desenho picante e cenas mais ousadas. E isso aconteceu no projeto da Draco. Não estou falando de cenas pornô, mas de cenas sensuais, que mostram muito mais que olhares. A fujoshi que espera sangrar o nariz, pode esquecer. Estamos falando de fantasia! Na entrada de cada conto, foram colocadas retículas. No conto intitulado Alma Mecânica, de Agatha Yukari, um conto sombrio e tecnológico, e Além da Fábrica de Rubem Cabral, as retículas delicadas de flores e estrelinhas não combinaram com o conteúdo do texto. Mais valia não pôr nada e colocar o título no meio, um pouco maior. As retículas são muito delicadinhas e aconteceu o chato efeito Moiré, que também aconteceu em nossos mangás. Infelizmente, as gráficas do Brasil não são preparadas para retículas fininhas e diminuídas.

Contos.
O primeiro conto é de Inês Montenegro e é intitulado: A última troca. É um conto de terror. Mas não vou analisar a fundo porque está em Português de Portugal, então, meu conceito pode ser prejudicado pela Língua que é um pouco diferente da nossa. Os diálogos soam floreados demais e o texto é meio enroscado de ler. Li três vezes pra ver se entendia mesmo, mas não posso dizer se tá a contento. Nas regras do concurso dizia que podia qualquer nacionalidade, desde que em bom Português, mas não houve uma adaptação de algumas palavras, como colecção e controlo, etc. Não atrapalham, mas também não ajudam na fluência do texto. Eu achei que os personagens de Inês não foram bem construídos psicologicamente, mas não sei se é por causa da Língua, ou do jeito dela escrever. Eduardo, não tem vida, apesar de sofrer bullying psicológico. A aventura não surpreende porque o desenrolar da trama é previsível. E entre diálogos estranhos entre os protagonistas e duas cenas de amor duvidosas, acontecem assassinatos. Histórias de lobisomem. O amor não ficou em primeiro plano e não faz falta na trama.

O segundo conto é de Mácia Sousa, A Floresta Branca. Essa menina escreve muito bem! Até alivia ler algo em bom Português! Entretanto, esse conto, de longe é o que menos pareceu um BL. Não sentimos sequer o perfume de BL. Os protagonistas se chamam de amigos e tem duas cenas minúsculas que mostram que Ravin e Draude tem treta amorosa. Um beijo roubado e um lembrança de um deles deitado no colinho do outro, sem maiores descrições. No mais, a história de Agnel, a irmã de Ravin rouba toda a cena. A história da irmã é muito forte e tem intrigas amorosas com o Lorde. Aliás, em nenhuma história desse livro, existem intrigas amorosas e disputas. O amor não é colocado como algo realmente importante. A aventura desse segundo conto é alucinante, e até interessante. Mas onde está o BL? A impressão que eu tive foi que a autora deu jeito de transformar a amizade em um tímido BL pra poder encaixar na seleção. É pura fantasia.

O terceiro conto é de Fábio Baptista e chama-se Sobre Ele. Narrado em primeira pessoa e com os protagonistas sem nome! Apenas o garoto gordinho é nomeado como Dentão. No começo, a protagonista feminina, narra seu súbito amor por um homem bonito, num mundo caótico. Como é um BL, a gente já sabe que ela vai tomar toco do cara, que é apaixonado por outro homem, que ele espera reencontrar. Há um especial tratamento narrativo do amor dela por ele. A amizade deles é linda e muito bem descrita. Mas depois que ele confessa que está esperando seu amado, a história muda de clima completamente e passa para uma aventura inusitada, tão inusitada que beira a comédia. Eu e a Shirubana rimos muito desse conto. Não vou fazer spoiler, leia! Vai de um romance 50 tons de cinza para um pastelão com disco voador. As cenas de sexo, como em todos os outros contos, deixam a desejar, apesar de nossos escritores serem exímios em detalhes narrativos. Eu senti que o autor sabe muito bem descrever o amor de uma mulher por um homem, suas inseguranças e expectativas, mas não sabe descrever bem o sentimento de um homem pelo outro.

O quarto conto é de Priscilla Barone, Reminiscência. O nome dela foi escrito errado na apresentação dos autores... Desse conto eu gostei bastante! Muito bem escrito, história leve e o romance dos cientistas ficou legal, bem BL. A parte de descrição do sexo do casal estava ficando ótimo, até ser podado também. Mas é o mais longo de todos. A palavra sexo aparece pela primeira vez no livro! Rsrs Porém, não podemos esquecer que é uma fantasia e é um conto de ficção científica. Ficou muito bem feito até a hora da máquina do tempo. Se você pudesse voltar ao passado, você tentaria salvar alguns dos jovens do incêndio da boate Kiss ou tentaria impedir o incêndio? Ainda mais se você pode definir para onde quer que o buraco de minhoca te leve com a força do pensamento. Bug de roteiro. O final é ambíguo. Mas admiro a Priscilla por se aventurar em viagens no tempo, que é muito difícil de fazer sem deixar o leitor maluco.

O quinto conto é de Diego Umino-Hatake, intitulada A Fabulosa Receita de Yoshi Koga. Nessa história temos uma pausa nas aventuras extasiantes anteriores. É um conto bem cotidiano e fofo. O senhor Yoshi e sua gata Mimi são dois fofos! Yoshi vive e trabalha numa confeitaria. Como ele é um bruxo, ele prepara uma torta especial que tem o poder de atrair o amor de sua vida. É muito engraçadinho e essa torta tem uns porém, que dão o charme da história. Yoshi é o único personagem desse livro que está à procura do amor e tem que lutar contra seu próprio preconceito. O final é muito legal, mas faltou nos brindar com as cenas de amor homossexual. Sobrou um bom espaço em branco no final que podia ir um pouco mais além. Pô! Nem um beijo!? Rsrs Eu vou escrever pro autor me enviar o resto! É o terceiro conto que tem ilustração.

O sexto conto é de Agatha Yukari, Alma Mecânica. Pelo título você mata a história logo no começo... Mas isso não impede que você se divirta lendo. O protagonista é um coletor, ou seja, a morte. É um mundo de robôs e pessoas biônicas envoltas em guerras entre pessoas contra a tecnologia e pessoas a favor. Guerras são assuntos constantes em fantasia. Os tolos humanos são contra robôs inteligentes porque eles podem matar! E a tecnologia é só para ricos! Bom, voltemos ao BL. A morte está apaixonada, ou melhor, demora para entender que está amando um moleque estranhamente cego, já que a tecnologia permite olhos biônicos. Na página 96, Oliver se contradiz ao dizer, sou cego, o mundo não tem a mesma GRAÇA pra mim quanto pra quem enxerga. Aí a morte diz pra ele que colocasse os olhos biônicos então. Mas ele diz que não quer estragar a visão de mundo perfeito dele com algo TOLO como imagens... Ué? Oliver nunca viu antes!As cenas de sexo também deixam a desejar.

O sétimo conto é de Rubem Cabral, Além da Fábrica. Esse conto me pareceu aqueles longos sonhos/pesadelos que a gente tem de vez em quando. E tenho a impressão que já li algo assim em algum lugar... sem o BL. TOM-43878 é o protagonista, sua vida, no que eles chamam de Fábrica é tão chata que dá vontade de dar um tiro na própria cabeça e acabar logo com isso... Aí surge o jovem KAL-100032, que fala suaíle e que tenta abrir os olhos de TOM para o que haverá além da Fábrica. Os dois acabam se apaixonando em meio à vida chata deles, mas o amor deles também não é dos mais empolgantes. Depois que eles se amam, começa uma aventura alucinante e solitária do protagonista em busca de respostas. O texto é pesado e tem uma filosofia que rouba o amor do texto. É uma crítica a religião, ao modo como vivemos sem prestar atenção no que há por trás das coisas e no conformismo da humanidade em trabalhar, comer e dormir... O final é interessante...dá medo. Lembrou uma viagem de avião que eu fiz...medo...

O oitavo conto é escrito por Melissa de Sá, A Ultima Vez. É o segundo conto com floresta... Lorremin está fugindo da guerra e reencontra Malerk, seu antigo amor, sem querer. Os dois já estão velhos e esse encontro é para resolver rusgas do passado dos dois, que eram meros estudantes de magia. Ambos não são personagens simpáticos ao leitor. É meio tenso a narrativa. O motivo da princesa Brucei subir ao poder e fazer guerra contra a escola onde ela era uma candidata a Excelcior não ficou claro. Ficou até duvidoso. Mais um conto onde o mundo deles é o foco na narrativa. É uma escola parecida com a escola de Harry Potter, mas sem as mesmas emoções. Os flashbacks não têm ordem cronológica e fica bem bagunçado. A falta de empatia dos personagens faz a gente não torcer por eles no amor. Também com final ambíguo. Por coincidência, os dois contos que tem floresta não me apeteceram. Mas eu não posso falar nada da escrita de ambos, que são muito bons!

 Nono conto, que é o último, é escrito por Tanko-chan, chama-se Jaulas. É de longe o texto mais pesado do livro. Mas não em termos sexuais, porque essa parte ficou igual aos outros contos.Mas é um texto que tem narrativa de documentário ou relatório científico. A prosa poética ficou apenas nas cartas, o restante soa como diário do cientista, fazendo a história ficar corrida e cheia de informações demais. É narrado em primeira pessoa. As únicas pessoas que têm nome sem abreviação é a Helen, a Mary, os mimesia Red e Ginger e Primo, que são criaturas capturadas na recém descoberta ilha K, em Madagascar. Os mimesia são capturados e expostos no zoo de N, pelo Sr. W.G., um milionário excêntrico que quer casar suas filhas com o protagonista LN e lucrar com os mimesia. LN cuida e estuda o mimesia rebelde, que ele chama de Primo. Aí, vai história, história, história até que no final o mimesia rouba um beijo do LN. Susto! Porque até então, não havia sinais no texto de que LN estava afim do mimesia! Parecia um interesse científico normal. Cansativo até. Tudo bem que eu li às 4 da manhã, mas nessas horas eu e a Shiru ainda estamos vivas. Quando chega na parte que LN descobre e faz amor com o Primo, acabam as narrativas documentário do dia a dia. A análise do LN do dia a dia deles como namorados não tem. A cena é cortada quando chega uma desgraça. São seis linhas de descrição do sexo, nenhuma sobre o amor, contra centenas de linhas sobre Ginger, Red, bebês mimesia, e toda a filosofia se eles eram gente ou não, típicos da época. Tem coisas que poderiam ser tiradas do texto pra dar mais espaço ao amor dos dois. Eu tiraria o Red e a Ginger, tiraria a Helen e a Mary e ocultaria a morte do pai de LN, que não afeta a trama, nem o piscológico de LN. Por que eu tiraria o casal mimesia? Porque eles não são os únicos! Tinha mimesia até dançando no Moulin Rouge. No final, entendi que LN ainda tratava Primo como aberração. A gente espera que LN tenha uma atitude grandiosa depois que descobre o amor, ou que o Primo nos surpreenda, mas quem salva o dia é outra pessoa... Apesar da história se passar na época da rainha Vitória, LN não tem maiores preocupações a respeito de sua sexualidade e nem sobre amar um mimesia. Ele é super resolvido nessa parte, mas na parte científica ele é passivo e cheio de grilos. Ele é maternalista com Primo e as vezes esqueci que o protagonista era homem. Talvez uma narrativa em terceira pessoa ajudasse mais na personalidade do personagem. Esperava mais desse personagem. Mas o conto é bom e bem escrito. Esse conto me lembrou o conto da Clarice Lispector, chamado A Menor Mulher do Mundo. A Tanko parece a reencarnação dessa autora! Eu sempre penso nela quando leio algo da Tanko! Estranho...

Concluindo, a coletânea Boy’s Love – Histórias de amor sem preconceito vale a pena ser lido. Qualquer um pode ler, até menores de idade. Pois não tem absolutamente nada nele que assuste um desavisado. Acho que essa era a intensão do Erick, que talvez quisesse começar devagar e agradar gregos e troianos e lusófonos, mas pode deixar a desejar pra fujoshis e fudanshis. Também serve como introdutivo ao estilo fantasia. Infelizmente não tinha nenhum conto com vampiros, que é o que me atrai mais dentro da fantasia, depois da ficção Científica. Os escritores têm muito potencial, e estão de parabéns. Qualquer um ali, podia levar um livro inteiro, solo. Principalmente a Tanko, que tem múltiplos talentos. Ela é boa tanto na escrita quanto no desenho. Ela podia fazer um mangá tranquilamente ou levar um livro solo de boa. Mais espaço ia ser tudo! Acredita mais, amiga! Parabéns ao projeto! O próximo é uma coletânea de quadrinhos BL. Vamos ver no que vai dar!

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12 comentários:

  1. Soni-san, queria ve se tu podia responde uma duvida aqui, a minha mesa digitalizadora genius funciona normalmente no paint tool sai, posso abrir arquivos com ela, a pressão do traço ta normal, mas em qualquer outro programa e até no resto do pc ela não consegue clica em nada, a seta anda mas n consigo clica, sera q ela ja ta se estragando?

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    1. Aposte num driver atualizado.^^ Baixe no site da empresa.

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    2. Muito obrigado, consegui, pensei q n fosse esse o problema pq tinha o aplicativo no pc pra atualiza mas n atualizo acho

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  2. Oi, Soni~~ Antes de tudo, quero dizer que amo "O príncipe do Best-Seller", e queria dizer que sou uma grande fã de seu trabalho. Queria perguntar, também, onde posso encontrar para vender esse livro? Obrigada.

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  3. Acho que o problema do brasileiro é ter medo de apostar em alguma coisa 100%. Sempre sinto aquele vai-não-vai em tudo que é publicado. É mangá que não quer ser mangá (procura ser "brasileiro" mesmo sem saber o que é isso) romance sem romance de verdade, e agora BL sem ser BL. Confesso que não sou letrada nas classificações, gêneros e siglas, mas já li muito yaoi, alguns com histórias tão boas que me sentia parte daquele universo. E tinha de tudo. Romance, drama psicológico, beijo, sexo. Nada era comedido, tinha tudo na medida certa pra gente se sentir satisfeito. Mas esse negócio de pular cenas de sexo ou deixar subentendido me frustra um pouco, porque dá pra notar que foi podado, já que tudo levava a aquele momento - que nós leitores, de repente somos privados de saber como foi. Já é um sacrifício achar um mangá mais liberal, mas eu perdoo porque japonês em si tem uma cultura diferente. Agora em terras que aparece mulher pelada na TV, cena de sexo na novela das 8... fico chateada com todo esse falso moralismo. Ai, essa discussão pode continuar pra sempre, o que eu queria dizer é que não adianta nada ficar pisando em ovos na tentativa de agradar um público X, sendo que esse público nem sequer existe, não está definido. Nesse sentido, sou a favor de ousar. Deve ser uma frustração minha porque já li muito romance, muito "young adult" e parece que hoje em dia tudo está voltado para a castração ou castidade. Por um lado, uma vulgaridade deslavada, e por outro, a castidade sem fim. Parece que pessoas normais em relacionamentos e vidas normais não mais existem... #chateada

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    1. Concordo, Mari-chan! Acredito até que não foi podado, mas sim faltou mesmo mais ousadia. Talvez porque os autores estivessem lidando pela primeira vez com BL. Os dois primeiros contos não são BL, os outros até têm BL. Instrumentos Mortais poderia ser BL se fôssemos pensar assim, que qualquer coisa com um insinuações ou um personagem gay fosse BL com fantasia. A apresentação dos autores no final podia ficar mais legal também. Uma das autoras se apresenta como uma pessoa comum com interesses incomuns, nem disse de onde é, de que país e o que faz da vida, como se estivesse com vergonha de que soubessem que escreveu um BL. As outras deram muita importância para suas carreiras e não falaram nada da obra pro livro. O editor Erick nem deu as caras nesse livro e deixou o prefácio para a Tanko, que é uma das escritoras lá dentro. Acho que ele que deveria falar de como surgiu a ideia do projeto e como chegou na Tanko pra convidá-la para encabeçar o projeto.

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  4. Parece interessante...
    Se eu não tivesse apertado financeiramente, eu até compraria.
    Quem sabe futuramente. ^^

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  5. Olá, Soni. Então, eu sou o autor do conto do Yoshi Kouga. =) Primeiro, obrigado por ter achado legal, apesar dele não ter sexo. Ou beijo. Desculpa. XD Mas essa decisão da história não ter "esse" clímax é até simples. Não foi questão dos editores, muito menos desconhecer o yaoi - hahaha, não MESMO! ;D - foi simplesmente uma decisão minha. Acho sua crítica válida, embora não sei quantos autores ali realmente conhecem yaoi ou só decidiram "adaptar" uma história de amizade, mas de minha parte foi o seguinte: eu queria criar uma daquelas histórias super fofas que, necessariamente, não teria beijo ou relação sexual. Não que ache que tal conteúdo diminua a história, é porque eu queria que o mais importante fosse a "jornada" e não o "clímax" que se espera de todo yaoi... Eu queria focar na questão de como um início de relacionamento pode ser difícil por conta do medo que se sente quando o sentimento amoroso aparece, e não necessariamente na consumação do relacionamento, do casal. E eu acho também que na época eu estava lendo muitos daqueles one-shots yaoi em que não há, necessariamente, beijos e sexo. Digamos que estava procurando algo mais "leve" na época.
    Além disso, eu também decidi não ter sexo na minha história porque achei que todos os contos teriam algum tipo de relação sexual. Daí eu decidi ir por um caminho mais simples, seja na questão da fantasia ou na questão do yaoi, pra tentar dar algo diferente ao meu conto. Não sei se consegui, mas tentei.
    E pra ser bem sincero, meu estilo de escrita é esse. Apesar de não ter nada contra, e até gosto de ler histórias com cenas de sexo lindamente descritas e elaboradas, admito que tento usar o mínimo disso no que escrevo. Acho que sou um autor de fofura, não de luxúria (?), hahahaha...
    E sobre "enviar o resto", bem, li alguns comentários de pessoas pedindo que o conto tivesse continuação. Mas aí depende dos editores. Eu realmente havia criado um universo pra essa história, que já fluía na minha cabeça faz um tempo, então não seria algo impossível. ;) De resto, obrigado por apoiar o projeto, suas críticas são válidas, e achei esta resenha bem melhor escrita e mais produtiva do que umas que vi por aí que pareciam mais "mágoa de miguxa", se é que me entende. Abraços.

    PS: Não sei se lembra, mas eu frequentava este blog há algum tempo. Você até falou de um post que fiz no meu blog sobre o Príncipe do Best Seller, em que falava do Pedro parecer com o Keita de Gakuen Heaven. Ou seja, eu tive sim contato com BL antes, hehe.

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    1. Olá Diego!! Eu gostei mesmo de ler seu conto! Concordo com a galera, devia ter continuação! Afinal, todos que leram certamente ficaram curiosos pra saber como termina a noite de Yoshi com sua escolha e se foi realmente a escolha certa. Vc pode lançar independente que vou comprar com certeza. Pode ser até e-book em PDF.
      Espero não ter ofendido os autores ao dizer que "talvez" alguns autores não tivessem contato com BL no comente. Foi uma especulação da minha parte e uma opinião. Tentei não especular no review, mas soltei no comente! hehehe
      Mas obrigada por falar aqui, vc respondeu uma dúvida minha. Acho que todos resolveram recatar o conto para ficar diferente dos outros e acabou que todo mundo fez o mesmo.^^ rsrs
      Mas eu achei que seu conto podia ter um beijo fofo!^^ kisus e obrigada por escrever algo assim, que eu realmente curti ler. Eu lembro de vc sim!^^

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    2. Hahahaha, não ofendeu não... Talvez meu brio como fã de BL tenha ficado abalado, mas não ofendeu. XD Abraços!

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  6. Olá!

    Só vi a resenha agora! Sou o autor do conto "Sobre Ele".

    Agradeço pela leitura e pela crítica, dei boas risadas com o título "Meu furinho está doendo e a culpa é sua" mencionado no início e com a definição "pastelão com disco voador" para o meu conto! HAHUHUAUHAUHA

    Grande abraço!

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  7. Olá, só agora vi sua resenha. Muito obrigada pela critica. Foi muito gostoso participar da coletânea.
    Ainda não tínhamos uma visão clara do perfil do público, principalmente a faixa etária, então acabei desenvolvendo o conto com uma perspectiva singela, queria que minha filha, na época com 12 anos, pudesse ler e achasse bonito o envolvimento dos meninos como um afeto genuíno e normal. Queria que ela, e as amigas da mesma idade, achassem bonito o nascimento e desenvolvimento do amor entre eles. Tinha na cabeça uma ideia de um shonen-ai mais antigo, mais indireto, para que qualquer adolescente, não só os fãs do gênero pudessem ler sem ficar chocados, se emocionado com a história e a temática boy's love ser diluída como algo normal.
    A sua critica me deixou feliz, porque de certa forma confirma minha intenção, uma pena que decepcionei os fãs do gênero, espero que o meu conto na coletânea 2 tenha me redimido. Beijos. Márcia.

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